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o modelo

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     É só falar na Alemanha que vem um pensamento negativo à cabeça, seja a trágica história da Segunda Guerra Mundial ou o pesadelo futebolístico de 2014. Mas nem tudo que vêm de lá é ruim. Pois, entre 1995 e 1997, pesquisadores da área de ensino de ciências de lá propuseram a construção do Modelo de Reconstrução Educacional - ou MRE, para os mais íntimos. E sabe por quê ele é uma coisa boa vindo de lá?
     Por seguir as tendências da época, o MRE foi proposto para tentar solucionar uma problemática encontrada: valorizar o conhecimento científico e as perspectivas dos estudantes sobre conceitos específicos da ciência, tentando evitar favorecimento de pontos de vista unilateral. E é nessa pegada que o modelo chega na mesa dos pesquisadores, levantando uma alternativa de reconstruir currículos e desenvolver intervenções educacionais. Mas com base em quê ele faz isso?
     Só não é das vozes da cabeça, lhe garanto. O MRE trata de trabalhar suas ideias-chave com embasamento teórico em três grandes teorias, sendo elas: a Pesquisa Baseada em Design, as Bases Construtivistas e a Tradição Alemã de Bildung e Didaktik. Juntas elas formam a fundamentação teórica do modelo e sintonizadas com os seus componentes oferecem um caminho metodológico seguro para a construção de ambientes de ensino e aprendizagem.
     Esses componentes são ferramentas metodológicas que tornam do MRE além de um quadro teórico, uma ferramenta de design capaz de auxiliar na construção de ambientes de ensino e aprendizagem que valorizam seus princípios básicos, como considerar o equilíbrio entre conteúdo científico e aspectos pedagógicos no planejamento do ensino.
       Infelizmente, como nem tudo que reluz é ouro. O MRE ainda apresenta na literatura lacunas a serem preenchidas, assim, sendo necessária a exploração do modelo em diferentes contextos e com maiores discussões a respeito de suas proposições teóricas. Mas perceba que o modelo ainda é jovem e que é estruturado sobre evidências que fortalecem e valorizam seu potencial para desenhar soluções para problemas educacionais identificados na prática.

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ideias-chave

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       O conhecimento científico é mais importante que o conhecimento dos estudantes quando é preciso elaborar um planejamento de ensino?

   No MRE, o conhecimento científico e aqueles conhecimentos que os/as estudantes acumularam ao longo de suas experiências de vida possuem igual importância.

    Ou seja, a construção do conhecimento científico em ambientes formais de ensino de ciências não se dá pela maior importância de um conhecimento em detrimento ao outro, mas porque faz parte dos objetivos da educação científica possibilitar, através da visão da ciência, um outro modo de interpretar o mundo!

        Agora, entendendo essa ideia. Vamos para as ideias-chave do modelo:

1- A estrutura do conteúdo a ser ensinado não é "dada" pela estrutura do conhecimento científico, mas influenciada por ele e pelo conhecimento do estudante acerca deste conteúdo. Desse modo, o conhecimento íntimo das perspectivas dos estudantes sobre um dado conteúdo da ciência pode levar a um conhecimento sofisticado dele, do ponto de vista educacional.

2- É necessário criar um equilíbrio, e uma interação, entre as questões relacionadas ao conteúdo científico e aquelas de cunho educacional, quando se pretende planejar ambientes de ensino e aprendizagem.

3- O primeiro passo para o planejamento de ambientes de ensino e aprendizagem é a definição dos objetivos e intenções de ensino. Ambos pautados nas perspectivas dos alunos, na sua formação como sujeito integral, na estrutura do conteúdo científico e na relação estabelecida entre estes aspectos.

4 - O segundo passo para o planejamento de ambientes de ensino e aprendizagem é o processo de planejamento instrucional, onde deve ser moldado por 4 questões fundamentais: Por quê/O quê/ Como/ Por qual. Estas que para serem respondidas devem levar em consideração as pré-condições intelectuais, comportamentais e socioculturais dos estudantes.

PBD
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 pesquisa    baseada
    
design

em

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     Se você pensou que íamos falar sobre imagens, sinto muito pela frustração, mas não é sobre esse tipo de design que estamos falando. A Pesquisa Baseada em Design, ou PBD, é uma abordagem de estudo que busca fornecer resultados de pesquisa efetivamente relevantes para a prática educacional. Ela faz parte do quadro teórico do MRE e traz orientações fundamentais para o modelo. Afinal de contas, a PBD se originou da necessidade de aproximar as pesquisas acadêmicas de problemas reais da prática educativa. Além disso, ela procura também desenvolver intervenções que possam ser adaptadas em outros contextos - não é para qualquer situação, mas entender seus princípios para que possam ser adequadas para contextos diversos, gerando novas intervenções a partir da original.

     Para que essa abordagem consiga cumprir com seus objetivos, é preciso entender que ela se configura em duas ênfases: uma
abordagem de pesquisa - parte prática, em que se constrói intervenções para um contexto específico de ensino; um estudo sistemático de design, desenvolvimento e avaliação de intervenções - parte teórica, onde se estabelecem e avaliam os princípios de design para a construção da intervenção;

     Essas ênfases são observáveis entre as características da PBD, as que destacam os
contextos educacionais na prática educativa (sendo intervencionista, colaborativa e "fundamentalmente responsiva"), assim como os princípios de design da própria abordagem (sendo "teoricamente orientada" e iterativa).

    Esses elementos são encontrados, ainda, em suas 3 fases que se aplicam muito bem, em outro post nos aprofundaremos nisso. Mas, rapidamente, essas são as fases:

1 - 
Pesquisa Preliminar (que analisa o contexto específico para construção de uma intervenção);

2 -
Fase de Prototipagem (que procura construir, testar e aperfeiçoar a intervenção);

3 -
Fase de Avaliação (que conclui se a intervenção atinge as propostas iniciais).

    Para o contexto educacional, a Pesquisa Baseada em Design se apresenta de maneira
intervencionista, colaborativa e fundamentalmente responsiva. Intervencionista, porque a PBD destaca o impacto de realizar práticas que trazem soluções para problemas educacionais reais; já a questão Colaborativa se dá pela participação ativa de atores que estão diretamente relacionados ao problema; e "fundamentalmente responsiva" por conta das intervenções desenvolvidas buscarem dialogar a literatura e os dados coletados com as experiências dos colaboradores.

     
  A partir dessas 3 características podemos destacar alguns pontos da relevância do contexto educacional para o desenvolvimento da PBD:


(1) A partir do contexto educacional que emergem os problemas a serem tratados neste tipo de investigação;


(2) No contexto educacional em que se encontram os atores para o desenvolvimento do trabalho coletivo (como professores e estudantes);


(3) No contexto educacional que são coletadas as informações que auxiliam o desenvolvimento da intervenção;


(4) Para o contexto educacional que são desenvolvidas as intervenções.

     Para os
Princípios de Design, a Pesquisa Baseada em Design se apresenta de maneira teoricamente orientada e iterativa, buscando refletir as condições que as intervenções se aplicam e tentando maximizar a aprendizagem ao produzir generalizações transponíveis para outros contexto educacional.

     Ou seja, ao desenvolver uma intervenção, a PBD tenta produzir conhecimentos teóricos específicos que possam ser utilizados por outros atores, seja professores ou pesquisadores, criando um ponto de partida que não se baseia em "vozes da cabeça" ou começando do zero. Além de ser uma forma de pesquisa que evolui através de diversos ciclos de aplicação, com testes e feedbacks que buscam melhorar a intervenção construída.

          A característica iterativa que desenvolve a pesquisa a partir de ciclos sucessivos que buscam aperfeiçoar a intervenção proposta. Essa característica se refere às fases de desenvolvimento da pesquisa ou, tecnicamente falando, aos "ciclos de prototipagem". 

     Esses ciclos estão separados em 3 fases:

(1) PESQUISA PRELIMINAR -  tem como objetivo a identificação e a análise do problema a ser resolvido com a intervenção, assim como a formulação dos princípios de design. 

(2) FASE DE PROTOTIPAGEM -  faz referência a construção, teste e aperfeiçoamento da intervenção.

 

(3) FASE DE AVALIAÇÃO - busca avaliar os resultados para dizer se a intervenção atingiu as expectativas planejadas.

A intervenção está sujeita a reajustes em todas as fases da pesquisa, já que por ser iterativa, o ciclo de prototipagem está ali para aperfeiçoar a intervenção continuamente.
     Quando observamos o diálogo existente entre o caráter iterativo e teoricamente orientado da PBD, forma uma sequência de loops, porque cada loop do gráfico indica um teste do protótipo desenvolvido (intervenção), ou um ciclo. Quanto maior for o número de dados coletados (participantes que testaram o protótipo), maior é o tamanho do loop, e quão maior o número de loops, maior o número de ciclos aplicados. Dessa forma, a PBD com um grande número de evidências consegue sustentar seus resultados e nos dizer se suas intervenções e princípios de design construídos são confiáveis ou não.

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bases construtivistas

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Bases Construtivistas

(SESSÃO EM CONSTRUÇÃO)

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TRADIÇÃO ALEMÃ DE BILDUNG & DIDAKTIK

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Tradição Alemã

(SESSÃO EM CONSTRUÇÃO)

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